Quando o assunto é patrimônio familiar, as preocupações com sua gestão devem levar em consideração não apenas fatores financeiros, mas também a harmonia dentro da família.
Ao contrário do que muitos acreditam, o planejamento patrimonial não serve apenas para economizar impostos ou para uma maior proteção frente a riscos. Ele possui um papel essencial para que todos os membros de uma família sejam tratados com justiça e as relações entre eles não sejam conflituosas.
Para as mães, o planejamento antecipa questões sucessórias, de modo que qualquer pendência possa ser resolvida com elas em vida e seus filhos não briguem em meio a um processo de inventário – algo que ocorre em diversas famílias.
Para as esposas, o planejamento patrimonial possibilita que as regras relativas à gestão do patrimônio familiar sejam claras e garantam sua autonomia. Ainda, a constituição de uma holding familiar pode e deve contemplar regras que garantam igualdade em relação aos seus cônjuges. Essa transparência é essencial para a saúde da relação, evitando conflitos e até o divórcio.
Para as herdeiras, planejar a sucessão significa garantir que a herança não será um peso na sua vida, bem como que o legado patrimonial da família seja preservado. Além disso, se bem elaborado e discutido, o planejamento garante que elas sejam consideradas em igualdade com seus irmãos. Infelizmente, não é incomum que heranças venham com problemas, conflitos e até mesmo discriminação injustificada entre herdeiros.
Portanto, planejamento patrimonial não é apenas “abrir uma holding”, “economizar impostos” ou “proteger patrimônio”. Isso tudo pode fazer parte do planejamento, mas, acima disso, envolve um conjunto de estratégias para garantir regras claras e justas com todos os envolvidos – para garantir, inclusive, o amor nas relações familiares.